Quercus rotundifolia Lam.

Espécie
Quercus rotundifolia
Descritor
Lam.
Género
Família
Ordem
Sub-classe
Hamamelididae
Classe
Magnoliopsida
Sub-divisão
Magnoliophytina (Angiospermae)
Divisão
Spermatophyta
Tipo Fisionómico
Mesofanerófito
Distribuição Geral
SW Europa e N África
Nome(s) comum
Azinheira
Azinheira-de-bolota-doce
Azinho
Carrasca
Sardão
Sardoeira
Habitat/Ecologia
Matos
Matagais
Sinonimias
Quercus ilex auct. lusit., non L.
Quercus ilex L. prol. ballota (Desf.) Samp.
Quercus ilex L. subsp. rotundifolia (Lam.) Tab. Morais
Época Floração
Março - Junho
No JBUTAD
Sim - D9 I3
Colecção temática

Galeria de imagens

Fotografia de capa Quercus rotundifolia - do Jardim Botânico
Fotografia 1 da espécie Quercus rotundifolia do Jardim Botânico UTAD
Fotografia 2 da espécie Quercus rotundifolia do Jardim Botânico UTAD
Fotografia 3 da espécie Quercus rotundifolia do Jardim Botânico UTAD
Fotografia 4 da espécie Quercus rotundifolia do Jardim Botânico UTAD
Fotografia 5 da espécie Quercus rotundifolia do Jardim Botânico UTAD
Fotografia 6 da espécie Quercus rotundifolia do Jardim Botânico UTAD
Fotografia 7 da espécie Quercus rotundifolia do Jardim Botânico UTAD
Fotografia 8 da espécie Quercus rotundifolia do Jardim Botânico UTAD
Fotografia 9 da espécie Quercus rotundifolia do Jardim Botânico UTAD
Fotografia 10 da espécie Quercus rotundifolia do Jardim Botânico UTAD
Fotografia 11 da espécie Quercus rotundifolia do Jardim Botânico UTAD
Fotografia 12 da espécie Quercus rotundifolia do Jardim Botânico UTAD
Fotografia 13 da espécie Quercus rotundifolia do Jardim Botânico UTAD

Distribuição em Portugal

 

Noroeste ocidental
Noroeste montanhoso
Nordeste ultrabásico
Nordeste leonês
Terra quente
Terra fria
Centro-norte
Centro-oeste calcário
Centro-oeste arenoso
Centro-oeste olissiponense
Centro-oeste cintrano
Centro-leste motanhoso
Centro-leste de campina
Centro-sul miocénico
Centro-sul arrabidense
Centro-sul plistocénico
Sudeste setentrional
Sudeste meridional
Sudoeste setentrional
Sudoeste meridional
Sudoeste montanhoso
Barrocal algarvio
Barlavento
Sotavento
Berlengas


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Espécie de interesse florestal

Informação cedida por

Distribuição geral: A azinheira é uma das principais referências arbóreas do Mediterrâneo. Desde a Península Ibérica e o Magreb, estende-se até ao Oriente, tendo presença regular em Itália e surgindo ocasionalmente nas costas ocidentais da Península Balcânica e ilhas do Egeu. É mencionada especificamente para Portugal, Espanha, Baleares, região meridional de França, Córsega, Sardenha, Itália, Sicília, Jugoslávia, Albânia, Grécia, Turquia, Síria, Líbia, Tunísia, Argélia e Marrocos. É indígena nas Ilhas Britânicas, Suíça e Crimeia. No entanto, é muito mais frequente na região mediterrânica ocidental e no Oriente é um elemento acompanhante de formações dominadas por outras espécies. A presença no Egeu e Turquia é pontual. Em Portugal, é nas zonas mais continentais de influência ibérica e mediterrânica, que esta espécie adquire maior importância (predomínio a Sul do Rio Tejo). A Norte deste rio, apenas tem significado nos maciços de calcário a Norte do distrito de Santarém e nos distritos de Castelo Branco e Bragança.

Caracterização geral: Os limites de altitude onde a espécie pode vegetar oscilam, dependendo tanto da latitude como das regiões geográficas que consideremos no mundo. Em geral cerca de 44% das suas formações surgem entre os 400 e 800 m, 29% abaixo dos 400 m, 23% entre 800-1200 e somente 3% supera esta última margem. Entre os 300-700 m, regista se a máxima produção de fruto, evidência esta que indica a sua localização ótima. Na Península Ibérica surge desde o nível do mar, muito embora menos frequentemente no Norte e Sudeste, aonde é um elemento ocasional. O limite altitudinal ibérico encontra-se a 2000 m na Serra Nevada, apesar de que a estas altitudes, encontra-se sempre no estado arbustivo e com escassa ou nula reprodução sexual. Em geral, no interior da Península, não desenvolve portes arbóreos a partir dos 1500 m. Existem claras diferenças entre os requerimentos climáticos da subespécie típica Quercus ilex ssp. ilex e os da subespécie Quercus ilex ssp. ballota, com esta última a apresentar um comportamento muito menos mesófilo. Uma vez recolhidos os limites de precipitação e temperatura que tolera cada uma das subespécies, obtiveram-se as conclusões seguidamente descritas. A primeira subespécie vegeta em zonas com precipitações médias anuais superiores a 600 mm, requerendo um mínimo de 150 mm no período estival e temperaturas médias superiores a 10°C em Janeiro e inferiores a 25° em Agosto. A subespécie ballota tolera climas mais xerófilos, frios e continentais e apresenta uma maior variabilidade nas suas exigências, evidenciada na sua maior extensão geográfica. Nas zonas mais secas, pode sobreviver a partir dos 300 mm de precipitação média anual e no extremo oposto habita em regiões com mais de 2000 mm. A sua tolerância à secura é alta, suportando precipitações médias no Verão de apenas 50 mm, com anos de precipitação estival nula. Esta subespécie suporta temperaturas médias do mês de Janeiro bastantes baixas, as quais oscilam entre os -3 e 11°C e temperaturas médias do mês de Agosto entre os 14 e 28°C. Em geral a azinheira resiste bem aos ventos. É indiferente quanto ao pH do solo. Encontramo-la quer em solos calcários como nos siliciosos. No entanto, sobre solo ácido, em clima mediterrânico quente, é frequentemente substituída pelo Quercus suber L. A textura do solo condiciona mais o desenvolvimento da azinheira: suporta solos arenosos e encontra maiores limitações em solos pesados tais como os margosos, gípseos e argilosos. Apresenta uma ligeira tolerância ao encharcamento estacional, muito embora seja frequentemente substituída por outras espécies em solos pesados, sobretudo quando o clima favorece o encharcamento. É uma espécie pouco exigente em nutrientes e em profundidade do solo. Vegeta em solos pedregosos e rochosos. A azinheira conserva durante toda a vida a capacidade de rebentar de raiz e até aos 200-300 anos a capacidade de rebentar de cepa. A idade de início de frutificação encontra-se entre os 8-10 anos e a de produção regular de fruto aos 15-20 anos, com o máximo de rendimento entre os 50-100 anos. É uma árvore que pode alcançar 20-25 metros de altura em casos excecionais, sendo frequente observarem se árvores com 14-15 m e em média não ultrapassa os 5 8 m. A copa ampla e espessa é de dimensão variável em função da idade do arvoredo, do maneio e do diâmetro do tronco e das pernadas. Fornece uma sombra abundante. Os fustes em povoamentos adultos podem apresentar diâmetros variáveis, os quais oscilam entre os 0,25 e os 0,50 metros à altura do peito. O sistema radicular é muito desenvolvido em profundidade e muito expansivo superficialmente. É constituído por uma raiz mestra aprumada, que chega a alcançar os 60-70 cm em escassos meses, desenvolvendo posteriormente raízes secundárias mais superficiais, que podem atingir extensões consideráveis. De crescimento inicial muito lento, até aos 10 anos de idade, a azinheira atinge o seu acréscimo corrente máximo entre os 30 e os 50 anos. A longevidade é muito elevada. Já se detetaram azinheiras milenares e são frequentes as que ultrapassam os 700-800 anos.

Propriedades e utilizações: A madeira de azinheira possui um cerne pouco distinto, de tom vermelho claro e borne amarelo dourado. A densidade é de 900 kg/m3 a 12% de humidade. É uma madeira muito dura, compacta e homogénea, mas apresenta uma certa tendência para fender e empenar durante o processo de secagem o que limita as suas utilizações. A secagem é morosa e difícil. O fio é excessivamente irregular. A serração é bastante onerosa, não somente pela dureza registada como também devido à frequente presença de podridões e extensas zonas necrosadas muito duras. É uma madeira utilizável em mobiliário, revestimento de pisos, carroçaria rural, cabos de ferramentas, produção de óleo lenha e carvão. A lenha de azinheira é de majestosa qualidade. O fruto é muito apetecido pela fauna e pode ser usado para a alimentação animal em regime extensivo. O montado tem vindo a adquirir um crescente valor ambiental e paisagístico, de proteção do solo, de regulação dos regimes hídricos, genético e turístico. É uma espécie indicada para arborização das regiões mais quentes e secas do país. É notável a capacidade desta espécie para persistir como mata em maus solos (solos pedregosos e rochosos) e climas rigorosos. Proporciona matéria orgânica em solos depauperados e o sistema radicular muito desenvolvido em profundidade e muito expansivo, protege o solo contra a erosão. Por outro lado, a espessura da copa e o intenso rebentamento de raiz asseguram um amplo ensombramento e altas densidades, inclusive em etapas de recuperação após fortes perturbações como é o caso dos incêndios. É adequada para a constituição de corta-fogos. Os montados são considerados a melhor forma de substituição de terras marginais para a agricultura.

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Ficha técnica da espécie
Quercus rotundifolia

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